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Longínquo horizonte
Você era minha

Quando te encontrei sozinha

Mas se minha você era

Numa passada era

Nem esperança nem espera

Você mudou de esfera

Minha cratera fogo gera

Porque o que era já era.



Minha mente era escrava

Da fantasia que eu mergulhava

Mas se você quiser que eu conte

Eu só lembro do horizonte

Horizonte que estava longe

Como o mundo está de um monge

Tão longe que nunca chegou

Por não ser como eu sou.



Eu sonhava tanto

Em dividir meu canto

Mas o canto que eu quis morar

Você não quis cantar

Por isso eu resolvi

Ficar mesmo por aqui

Até edifiquei meu teto

E recebo dele afeto.



Mas se você quiser voltar

Vê se deixa pra outro dia

Pois estou em um lugar

Sentindo o que eu não sentia

O sonho que eu tive com você

Era pura utopia

E agora o que eu tenho que fazer

É me satisfazer com o que eu não me satisfazia.



E por mais que eu esqueça

Nem tudo sai da minha cabeça

Aquela aula de matemática

Tão piegas e sistemática

Ainda não acabou

E não é como eu sou

Mas se eu quiser voar

Vou ter que me adaptar.



Marcelo Garbine
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Ilustração de Marcilane Santos

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  • Suely Lage Soares SetteAqui a Matemática deixou de ser exata e ter razão. Ficou o vazio repleto de lembranças de um tempo bom. Passou o tempo e o peota em sua genial composição, deu novo rumo a vida, iluminou a rima com a pressa de sentir de novo a vontade de existir, longe bem longe do que não era para ser . Realidade de ontem utopia de hoje. Mais achados poéticos brilhantes de Marcelo Garbine! Parabéns poeta!
    Enviado em 16/03/2015 às 23:19