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Biscoito da Sorte
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Futebol? Uuuuuhhhh… bateu na trave, amigão. É quase isto, mas, não é...

Parafraseando uma letra de música de minha autoria (jabá na cara de pau): “(…) sobre tudo o que passou / Meu time nunca marcou gol / Não tenho time nem guarda-sol / Odeio crimes e futebol (…)”.

Tá aí, já assumi – correndo o risco de ser impopular – que futebol não é a minha praia. Então, sobre o que era o assunto? Que saco! Fala logo, Mingau! Desembucha!

O que é quase futebol? Simples: mulher.

O conterrâneo de Mahatma Gandhi iniciou narrativas acerca das suas peripécias como Don Juan. Falou que nunca saía com amigos à noite pra sentir-se mais livre pra flertar com as moças e não ter o trabalho de procurar mulheres acompanhadas de amigas. Ressaltou que – segundo ele – a presença de mais de um homem diante de uma mulher podia confundi-la. Então, ele, simplesmente, dispensava a companhia de outro macho e garantia-se na hora de partir pro ataque e divertir-se com a próxima fêmea.

Até aí, eu estava aprendendo mais um pouco a respeito do complexo universo feminino, contudo, já esboçava irritação com aquela prosa.Clicando aqui, você assiste ao vídeo com animação gráfica
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Na escola da vila, escondia os hematomas provenientes das constantes surras paternas sob o uniforme. A mãe, dona de casa submissa ao marido, fazia vista grossa ao abuso do pátrio poder. Ao pequeno restava a sombra da amoreira. Era lá que a sua testa encontrava o aconchego em seu par de joelhos, amparado por toda a escuridão que conseguia formar forçosamente com seus braços entrelaçados no entorno de seu rosto. Suas pálpebras cerradas com ódio interrompiam o curso das lágrimas e faziam arder os olhos, enquanto seus dentes de leite miúdos trituravam avidamente um punhado da fruta. A dor tinha gosto de amora.

Deduziu que, ao derrapar na autoestrada e bater no tronco, devia ele estar contagiado por alguma angústia grave que tirou o seu foco. Sua memória instintiva logo o impeliu a marchar tendo a amoreira como diretriz. Era sua chance de descobrir a causa da desconexão em que se achava. Prosseguiu, pois, no rumo da trilha.

Percorridos alguns quilômetros, seus ouvidos começaram a distinguir um barulho que contrastava com o silêncio com o qual há horas habituara-se. Mais adiante, inferiu tratar-se de um violino. Para saciar sua curiosidade, não precisou rever seu trajeto porque a melodia coincidia com o itinerário da amoreira.Clicando aqui, você lê o conto completo
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– Filho, você vai precisar operar o saquinho! O chute do Nakano machucou as suas bolinhas!

– Sério, mamãe?

Apesar de só ter seis aninhos, eu lembro como se fosse hoje: eu deitado numa maca de rodinhas, sendo levado por cerca de meia dúzia de homens e mulheres, com roupas e máscaras verdes, até a mesa de cirurgia.

“Cambada de covardes”, eu pensei, “por que eles precisam esconder-se atrás de máscaras?”
(Trecho da crônica para rádio "O chute que eu tomei no saco")
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E pensar que, aos quinze anos – naquela fase da masturbação que a gente tem a necessidade vital de colocar a porra da porra pra fora – eu apelava pra cacete, chegando ao cúmulo de prometer casamento pra filha da dona Hermengarda.

Dona Hermengarda trancava a sua filha Bartira – já com vinte e cinco anos (muito velha pra um adolescente de quinze) – a sete chaves.

A garota era tão horrível que a Dona Hermengarda morria de medo de soltá-la na rua e a menina ser xingada. Coitadinha da Bartira…

No alto do seu primeiro quarto de século de existência, nunca havia beijado na vida. Nenhum homem gritava "GOSTOSA! FIU! FIU!" pra pobre Bartirinha.

Mas o Mingauzinho aqui encarou! Estava grave o negócio...
(Trecho da crônica para rádio "Como tirar a barriga da miséria e sair da pindaíba")
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O trânsito de São Paulo estava aquela maravilha de sempre. E eu, morrendo de vontade de fazer o que mais ninguém pode fazer por mim…

– Senhor, eu preciso tirar água do meu joelho, vou aproveitar que está tudo parado e ir naquele jardinzinho ali.

– Vai lá, meu caro, porque por mais que seja grande a sua força de vontade, o universo não trará um banheiro até você.

Comecei a forçar o trinco da porta do Fusca, que parecia emperrada.

– Vai! Com força e pra cima!

– É isso aí, senhor Bom Sucesso!

– Ahahahaha… não se empolgue, moço. Estou referindo-me ao trinco. Você está mesmo fissurado nesse livro. Que dó de você…Clicando aqui, você assiste ao vídeo com animação gráfica
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Ainda quando eu estou atrasado para o trabalho, com muita pressa, não abro mão do meu ritual matutino diário de tomar café, na padaria. Considero primordial ver gente, mesmo tendo as minhas questões a solucionar e as minhas peculiaridades.

Enquanto levo a xícara à boca, olho para o infinito. Sim, infinito. Materialmente, esta suposta amplidão pode estar bloqueada por uma parede, com cartazes repletos de mulheres esbeltas e cervejas, mas a minha psique espectral transpassa-a.

Sou livre. E mesmo envolto em minhas quimeras, a visão periférica encarrega-se de capturar as demais insignes e seus respectivos desígnios.
Trecho do texto "O estadista, o mendigo e o poeta"
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