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Biscoito da Sorte
Aceita um biscoito da sorte? É só clicar e descobrir a surpresa que tem dentro dele pra você!
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Usamos máscaras, todavia, na hipótese de tirarmos este traje pesado, composto por várias camadas de armaduras de aço, fica só o nosso espírito nu e friorento, com olhinhos de gatinho assustado, no meio do asfalto, implorando, desesperadamente, por colo e afago.

Aqueles desfiles de soldados e mísseis só enganavam quem queria ser enganado. Em seguida, descobriu-se que muitos dos projéteis eram ocos, simples adornos de carnaval pra meter medo no imperador da outra facção do globo terrestre. E, ainda que não fossem, a mim, não tapeiam mais. Já quis ser ludibriado o bastante...

URSS e USA eram dois bêbados, no boteco, gritando pra ver quem era mais macho. Precisava-se de uma mentira pra ter razão pra viver.

Um dia, tomei uma atitude de homem e deixei de ter falsas certezas. E, como todas as convicções são ilusórias, não tenho mais convencimento algum.
(Trecho da crônica "No alto do rochedo, eu me esvaí com o vento")
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Mas, agora, ele era um estrangeiro em Queenstown. Tomando o seu cappuccino com chocolate – antes de ir ao aeroporto e pegar o avião para o estádio de rugby e assistir a um jogo do All Blacks, seu time adotado para torcer neste esporte que ele aprendera a apreciar – devaneava sobre as estratégias mercadológicas que adotaria para aprimorar o seu supremo produto, o seu negócio mais próspero: um jogo técnico de cartas cujos personagens eram astronautas e monstros selênicos.

Assim como, na lonjura de sua extrema mocidade, não se contentou com os limites impostos pelos artefatos prontos e embalados que eram as bolachas de vinil multicromadas, atualmente, profissional bem sucedido da carreira de marketing, não se atinha aos marcos da categoria gerencial de otimização. A ele aprazia tecer planejamentos inventivos.Clicando aqui, você lê o conto completo
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Um professor picareta que enrolou uma classe o ano letivo inteiro... entretanto, tio Ruy não era tão mal assim. Escolhia uma aula do bimestre para expor vinte e cinco minutos da disciplina curricular, assim, havia o que perguntar na prova.

E se um aluno fizesse uma pergunta? O espertalhão preceptor ficava elogiando a sábia pergunta do instruído universitário durante dez minutos e dizia que seria mais produtivo se a dúvida fosse sanada na biblioteca da faculdade, pois se ele desse a resposta de mão beijada, o aluno não cultivaria o hábito de pesquisar e não assimilaria o conhecimento de um modo muito produtivo. Era um perobento fora de série.

Idolatrar o livre comércio e vomitar em cima dos filhos de Trotsky não eram os únicos passatempos daquele tagarela dos púlpitos, ele também gostava de deixar claro que a imunidade dos endinheirados era uma característica normalíssima do sistema no qual quem pode mais chora menos.
(Trecho do texto "Professor Ruy desce para o inferno")
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Como vejo tudo pelo lado positivo, quando pago ao meu barbeiro, não me sinto gastando trinta e cinco reais. Lembro-me do excedente do consumidor e, com isso, sinto-me ganhando sessenta e cinco (espero que o meu barbeiro não leia essa crônica). Então “mato dois politicamente corretos com um único sarcasmo”: evito que o meu rostinho de bebê seja corrompido por uma gama de vulvas criadas por minhas mãos inábeis e, de modo concomitante, ganho sessenta e cinco reais! Urrú! É a típica alegria de bobo, mas… pelo menos, eu assumo.Clicando aqui, você lê o texto completo
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Ventava nas palmeiras do luxuoso colégio daquele bairro nobre de São Paulo.

E, atuando numa saga inédita, como já era costume da equipe mirim, ele e os garotos coordenavam-se para excursionar pela Lua. O pequeno orifício aberto na cerca que servia de entrada improvisada do esconderijo permitia apenas a passagem de um estudante por vez. ele foi o sexto pirralho a transpassar o bloqueio, logo depois de Pablo, que tropeçou e chocou os glúteos contra um plano pedregoso.

– Índio bate bunda na terra firme! Pede pra pajé preparar feitiço da cura com pomada de cocô de pombo! – Achincalhou, o menino, com cara de ordinário.

– "Por qué no te callas!" – Berrou o boliviano, no mesmo instante em que se esforçava para arregalar os olhinhos, que, normalmente, eram apenas dois risquinhos em sua carranca zangada.Clicando aqui, você lê o conto completo
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Somente a última gaveta da dispensa ainda não fora averiguada. Nela, nada mais havia do que um saco de papéis. Padre Artelírio, então, iniciou a sua derradeira empreitada da exploração. Qual não foi a sua surpresa com o achado... Sui generis dobrado entre várias folhas sulfite, ímpar manuscrito no meio de numerosos datilografados, lá estava o bilhete que dera origem ao desfecho de sua vida!

A dona daquela caligrafia era uma moça que o padre nunca vira. Há exatos cinquenta e oito anos, recebera a folha de caderno. Tão precisas eram as palavras que a ele dúvidas não restaram. Óbvio era-lhe tratar-se de uma ordem divina que o direcionava ao caminho do seminário. "Coincidências não existem" - pensava ele - "muito menos quando a precisão milimétrica é característica em cada fragmento".

Entretanto os seus dias celibatários findavam e o homem santo necessitava lançar mão de uma retrospectiva, escrever a sua biografia, para que tudo fizesse sentido, como desejam todos os mortais dotados de consciência. E a pesquisa sempre é pré-requisito de quaisquer romances, muito mais quando o objeto relatado é uma vivência com tamanha devoção, fruto de conclusões espiritualistas cabais que culminaram na mais cristalina certeza da existência de Deus e de que a razão da sua estadia neste mundo era fazer a vontade deste Criador.Clicando aqui, você lê o conto completo