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Biscoito da Sorte
Aceita um biscoito da sorte? É só clicar e descobrir a surpresa que tem dentro dele pra você!
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Peguei o bandejão, servi-me de suco, bife, batata frita e sobremesa, dispensando os gosmentos feijão e arroz, e sentei-me junto às demais crianças.

Não foi surpresa nenhuma ver a menina da cadeira vizinha levantando-se e mudando-se de lugar. Isso acontecia sempre. Eu só não esperava que a professora, que observava tudo à distância, interviria, tentando impedir que a Nicole concluísse o seu ato escancarado de discriminação explícita.

– Perto desse filho do diabo eu não sento, tia. Eu rezo todas as noites pra ele morrer – esclareceu convincentemente a amável coleguinha.

Estava justificadíssimo!

A professora olhou pra mim, olhou pras crianças, alimentou uma fisionomia de dúvida por alguns instantes, abriu a boca e elevou o dedo indicador em riste como se fosse dizer algo semelhante a um discurso de um Martin Luther King que defende os brancos pobres que vão pra escola numa Brasília verde e interpretam esquizofrênicos que apedrejam igrejas, entretanto… baixou o dedo, arriou os olhos e disse:

– Tá bom, Nicole.Clicando aqui, você lê o texto completo
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Depois de alguns minutos, em frente ao Teatro Municipal, o táxi parou e eu abri a porta. Pensei que não houvesse mais Fuscas sendo utilizados como táxis, em pleno ano 2007.

Senti algo esquisito na fisionomia daquele motorista. Eu estou atrasado para a palestra e não posso dar-me o luxo de escolher muito. Entrei no veículo mesmo assim.

Aquele bigodinho fino acompanhado de um sorriso insuportavelmente sarcástico de quem pensa que o mundo inteiro é otário e só ele é esperto não estava descendo pela minha goela.

Não entendia porque aquele cara não parava de revezar o olhar entre o trânsito e a minha direção.

Seu globo ocular não parava quieto, parecia um sono R. E. M., só que com os olhos abertos.

Eu tentava permanecer concentrado na leitura do livro, mas aqueles olhos ficavam, vez por outra, fitando-me, como se quisesse pescar alguma coisa.Clicando aqui, você ouve a crônica
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– Pra falar a verdade, até que eu acho os livros de autoajuda uma boa. De repente, se a pessoa não tem dinheiro pra pagar uma psicóloga e não tem com quem conversar… a autoajuda pode estar ajudando.

– Eu li alguns livros que ensinam a arte de enriquecer e consegui amealhar cem mil reais, em dois anos, aplicando na bolsa de valores.

– Ah, isso funciona mesmo. Sempre que a minha mulher enche o meu saco, dizendo que está com dor de cabeça, eu dou uma pílula de farinha pra ela e ela fala que está bem melhor.

– Geralmente, as coisas estão na frente do nosso nariz e não a percebemos. Alguns profissionais escrevem livros para ajudar-nos a ver isso.

– Está certo. Sua riqueza existe, mas está no mundo espiritual, por enquanto. É isso que os autores do livro ajudaram você a perceber?

– Há muito o que se refletir sobre suas palavras, seu Vitório. Vou pensar nisso, hoje, enquanto estiver tomando banho.

– Você toma banho?Clicando aqui, você ouve a crônica
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Dizem que não devemos colocar a Vagina num pedestal. Lidar com a Vagina como algo trivial e corriqueiro é a melhor estratégia pra preservá-la como sua.

Se dermos muita importância a Ela, perdê-la-emos, pois a Vagina odeia ser idolatrada como Deusa com tanta chatice. Então, a partir de agora, chamá-la-ei de vagina – com letra minúscula – pra ver se conservo a próxima com a qual tiver algum affair.

Caso a vagina perceba o meu desprendimento, sentir-se-á rejeitada e esforçar-se-á pra ser minha... só minha! Joguinhos e desafios é o que elas querem, portanto é isto que lhes oferecerei, por mais idiota que eu considere este entretenimento. O prazer sexual – de forma intrínseca – nunca vai ser suficiente. Brincaremos, pois.

Mas vamos por ordem de relevância: primeiro o meu livro porque não quero ter crise de abstinência. Minhas mãos já estão começando a tremer...Clicando aqui, você ouve a crônica
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Esse negócio de ficar pensando bastante, mergulhado no meu mundo introspectivo, custa-me um preço exorbitante. Pouco tempo sobra-me pra executar as tarefas básicas do dia a dia, como: manter minha casa limpa, beber uma cerveja, cumprimentar o vizinho e tomar banho.

Enquanto me trocava pra ir dar uma palestra, notei que não havia uma maldita cueca limpa na gaveta. Meu lar é escuro, pois as lâmpadas queimadas não são substituídas. Comumente, praguejo, sentado no vaso sanitário, surpreendido pelo fim do estoque de rolos de papel higiênico. Uma voraz reflexão toma conta de todo o meu ser: se Deus foi deveras caprichoso a ponto de ter arquitetado um corpo humano tão perfeito, por que raios não se esmerou um pouquinho mais e deu-nos um intestino capaz de produzir fezes com uma consistência maior, excrementos emborrachados, pra não esparramar sujeira?Clicando aqui, você assiste ao vídeo com animação gráfica
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Por isto fingimos que nos interessamos uns pelos outros. E, de modo geral, somos bem-sucedidos no desempenho deste talento aprendido e transmitido entre gerações. É claro que remanescem "licenças poéticas" que nos permitem quebrar a regra, como agora, ao estruturar-se textualmente construções assentadas por meandros gramaticais que envolverão com simpatia quem lê, afinal o receptor estava ávido pela sensação de alívio que, nesta ocasião, é-lhe proporcionada: o encontro com dizeres sinceros que ele sempre carregou dentro de si em formato de percepções emotivas que nunca foram traduzidas em vocábulos.

Esta é a minha única estratégia pra fazer que gostem de mim porque, se você não detectar semelhanças entre o seu egozinho autocentrado e o meu discurso aporrinhante, nego, eu tô na roça.Clicando aqui, você lê o texto completo