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Os Leões da Savana Olimpo
No limiar, onde acabam ruas

Começa o mar das imagens suas

Depois dos postes e dos muros

Há dois dos bosques mais escuros.



O primeiro, repleto de vagas lembranças

Prisioneiro tão certo das intemperanças

Hábito cultivado, querer por querer

Hábil, estar prostrado, eu, junto a você.



O segundo, mais adiante

Mais profundo, agoniante

Você mais viva, efígie forte

Sua saliva, gosto de morte.



Brenha sombria, leões que rugem

Venha macia, monções na nuvem

Pairando em cima, é poma, mamar

Bufando a lima, aroma pomar.



Tomo seu suco com gosto de leite

Bebo do muco, encosto, deleite

Mandíbula aberta, o líquido orgânico

A fíbula aperta, jorrar oceânico.



Seu DNA pra dentro de mim

Delinear do centro ao fim

O fluido que engulo, que sorvo, que trago

Descuido, ejaculo, escorvo, apago.



Floresta, eu deixo. Felídeos, abandono

Sem festa, me queixo. Sem lítio e com sono

Urbano me faço. Alamedas, eu trilho

Insano, escasso, em veredas sem brilho.



Epílogo:



Espanto, não logrei o "desenrosque"

Quando me embrenhei no bosque

Para ter com os Leões-Reis.



A permissão para, somente desta vez,

Poder reger as próprias leis

Pra que nós dois fôssemos três.



Marcelo Garbine


Poesia publicada na Revista Literária da Lusofonia – Décima Sexta Edição – Páginas 96 e 97 – Outubro de 2015.

A versão em vídeo que sincroniza imagens, música e poesia, pode ser assistida na subseção Poesias com Imagens da seção Artes deste site.
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Ilustração de Nanci Penna

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  • Suely Sette Intenso e forte cada verso. Lógica de quem sonha,verdades que se ocultam ante os arroubos de um amor finito. Lembrança entranhadas do que foi desejo, hoje sonho....Mas nada é eterno! Pode o homem,reger essas leis? A permissão para, somente desta vez, Poder reger as próprias leis Pra que nós dois fossemos três...Lindíssimo achado onde a poesia pousou segura! Parabéns Marcelo Garbine Mingau Ácido! Continue nos ofertando a magia incontestável de seus versos! Amei! Suely Sette
    Enviado em 21/02/2015 às 18:38