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Quando maio chegar... (Raio-Você)
Rosto gostoso de enxergar

Gosto relvoso no sonar

Detectei sua voz na multidão

Semblante ímpar, dentre mais de um milhão.



Quem tá na minha frente é você

Arregalo os olhos pra crer

Que é mesmo forte luz do clarão: raio

Desmaiar de uma louca emoção: caio.



Quando você vai voltar? Maio

Duas letras pra pegar: A e O

A de amor num bonito mar que espraio

O de ouvir no sonar: "Já chego aí, o!"



Advém de terra longínqua

Meu amor, que um dia se foi

Meu bem, é claro que é, sim, sua

A dor de um “bom dia” e de um “oi”.



Um “bom dia” dado aos bons ventos

“Oi” ecoando aos quatro cantos

Contei, foram mais de seiscentos

Ecos. Lágrimas, outros tantos.



E janeiro e fevereiro

Irão passar rapidamente

Mais um despacho no terreiro

Vêm março e abril e nem se sente.



Chegando, enfim, o mês de maio

Que é, sim – eu sei – todinho dela

Abro a porta e pra fora saio

Sento e espero. Coração gela.



Marcelo Garbine


Poesia publicada na Revista Literária da Lusofonia – Vigésima Segunda Edição – Página 57.

A versão em vídeo que sincroniza imagens, música e poesia, pode ser assistida na subseção Poesias com Imagens da seção Artes deste site.
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Ilustração de Nanci Penna

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