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Poetisa Suely Sette cita Mingau Ácido (Marcelo Garbine) em seu texto
Neste texto, a poetisa Suely Sette cita Marcelo Garbine Mingau Ácido:

Um acorde, Um Suspiro, Uma Saudade
Suely Sette

A música que ouvi invadiu minha alma.

Senti uma saudade que foi capaz de me deixar inerte por horas a fio.

A música cessou e eu continuei ali sem noção alguma de tempo, espaço.

Eu estava física e mentalmente fora do ar.

Eu ali era a emoção personificada que me transmutava para além do real.

Fiz um mergulho em mim mesmo.

Cheguei sem hipnose alguma ao porão escuro da mente que aqui chamamos inconsciente.

Como dizem fiz uma mesa redonda com meu eu.

Eu era ali agiota de minhas próprias emoções.

Logo palavras, rostos, foram desfilando em minha frente.

Eram frases soltas de livros que me lembro ter lido um dia.

Vi Camões e os Lusíadas.

Debrucei-me numa estrofe que me fez estremecer de espanto e encantamento!

Vi Castro Alves e o Navio Negreiro e com Caetano Veloso perguntei:

Dizei-me Vós Senhor Deus!

Se é loucura... Se é verdade, tanto horror perante os céus?

Vi minha Professora de Português com as bochechas rosadas ao ouvir meus argumentos e a negativa de ler naquele momento da vida, Jorge Amado.

Eu preferi Graciliano Ramos.

Vidas secas retrata as Condições sub-humanas de sobrevivência fruto da injustiça social hoje ainda presentes. Acho que naquele dia eu fiz a escolha certa para meus 13 anos de maturidade.

Vi o homem que calculava de Malba Tahan.

Estive também em outros tantos livros a colher frases que não caberiam aqui.

Li Inocência de Visconde de Taunay. Como não me encantar com todo Lirismo ali colocado com a sutileza de um Mestre.

Quero ressaltar que todos os livros eram por mim camuflados na capa do livro de Matemática delito que confesso agora, ter cometido. Desculpe-me Mãe!

Vi também o Caçador de pipas que não tornarei a ler, por razões minhas.

Fiquei assim imersa em tantos encontros literários que nem me dei conta do tempo que trouxe a noite de carona e com ela a escuridão de meu quarto.

Entra meu filho, acende a luz e assustado chama:

- Mãe?

Volto então daquele transe e sou acolhida num abraço amado e cheio de saudades.

Engraçado a saudade agora é do que estava ali ao meu lado.

Eu fizera uma viagem tão longa!

Que bom era voltar e encontrar nos braços de meu filho o conforto de me sentir amada!

Fitei aqueles olhos negros de meu menino hoje um homem.

vi neles uma ternura imensa, capaz de me fazer voltar sem nostalgia do interior de meu interior povoado de lembranças palpáveis e fortes.

É bom estar de volta!

É bom estar aqui em tempo de contar minhas andanças pelo mundo real e pelo imaginário de um dia que passou.

Neste ir e vir o hoje me pede uma pausa.

Pausa para existir!

Vou pela casa repleta de afazeres que realizarei com prazer.

Só hoje!

Amanhã certamente farei de novo esta viagem maluca e bela!

Afinal Freud, Karl Max, Santo Agostinho tantos outros me esperam no inconsciente de um dia em que estivemos juntos.

Desenharemos projetos, debates teóricos e filosóficos já que o mundo nos propicia infelizmente, conflitos sociais, humanos, éticos e morais tão expressivos e reais.

Quem sabe um dia tudo se ajeita e alguns destes grandes pensadores possam descansar enfim pensando que valeu tentar!

Ainda percorrerei caminhos novos que vislumbro bem perto.
Quero vascular tudo em busca do que toca minha alma.
No clube dos Escritores tenho encontrado muitos Poetas e Poetisas de valor, se pudesse citaria todos.

Nas crônicas de Marcelo Garbine Mingau Ácido encontrei o novo. Ele fala sério e provoca risos. Comprometido com a verdade descreve as peripécias do dia a dia, com classe e autonomia, sem economizar palavras.

No site das Mosqueteiras Literárias o novo e a qualidade predominam, Entre Livros o nome já diz estou em contato direto com o que existe de melhor no Cenário atual de nossa cultura,

No Castelo Literário encontrei Nell Morato, Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria e Vólia Loureiro. Ali sou eu em busca do novo que chega todos os dias trazendo belas e gratificantes descobertas para o mundo literário.Vejo com orgulho e trabalho incansável das princesas, orientando os jovens poetas,empestando carinho e dedicação a todos os membros deste Castelo de sonhos realizados.

Assim vale muito ser uma das princesas!

Saio hoje na certeza de voltar.

Amanhã outras realidades virão ter comigo.

Num acorde, num suspiro, numa saudade, ou num sorriso!

Suely Sette 03/05/2014

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  • Suely Lage Soares SetteAmigo Marcelo Garbine, obrigada. Você foi citado por merecimento meu amigo escritor. Obrigada pelo carinho! Suely Sette
    Enviado em 30/12/2014 às 23:03